sexta-feira , 6 junho 2025
Lar Últimas notícias Aposentadoria compulsória de juíza em Alagoas pode estar ligada ao caso da Usina Laginha
Últimas notícias

Aposentadoria compulsória de juíza em Alagoas pode estar ligada ao caso da Usina Laginha

Foto: Reprodução

decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) de aposentar compulsoriamente a juíza Emanuela Bianca Oliveira Porangaba pode ter sido motivada por sua atuação no processo de falência da Usina Laginha, um dos mais complexos e vultosos da Justiça alagoana.

Titular da 21ª Vara Cível de Maceió, Emanuela atuava no caso envolvendo um passivo superior a R$ 4 bilhões, referente ao espólio do ex-deputado João Lyra. Em 2024, ela integrou o colegiado que autorizou o pagamento de R$ 28 milhões a 673 micro e pequenas empresas credoras da massa falida, decisão que foi considerada positiva por parte dos credores, mas que acendeu alertas no Judiciário alagoano.

Embora o processo disciplinar instaurado contra a magistrada tenha apurado suspeitas mais amplas de conduta irregular, como um suposto padrão de favorecimento ao escritório Mousinho & Mousinho Advogados Associados, o caso Laginha teve peso na decisão que levou ao seu afastamento e, posteriormente, à punição máxima no âmbito administrativo.

Suspeitas de favorecimento e atuação reiterada

De acordo com a Corregedoria-Geral do TJ-AL, a magistrada teria adotado condutas consideradas imprudentes e recorrentes em outras comarcas onde atuou como substituta, como Campo Alegre, São Luís do Quitunde e São José da Laje. Em 13 dos 16 processos analisados entre 2022 e 2023, foram identificados indícios de direcionamento e uso de endereços falsos que favoreceriam o mesmo escritório de advocacia.

Embora o processo da Usina Laginha não envolvesse diretamente esse escritório, a liberação de valores significativos em um processo complexo teria servido como fator agravante na avaliação da Corregedoria. Segundo o despacho do corregedor Domingos de Araújo Lima Neto, a atuação da juíza foi considerada “reiterada, imprudente e potencialmente comprometida”.

Defesa e voto dividido no TJ-AL

A defesa da juíza alegou que não houve má-fé em suas decisões e atribuiu parte das condutas questionadas a um assessor, que teria mantido contato com advogados sem conhecimento formal da magistrada. Em audiência, o servidor chegou a confessar que repassava demandas externas com o intuito de acelerar tramitações.

Apesar disso, a Corregedoria entendeu que Emanuela deveria ter adotado medidas mais rigorosas para garantir a lisura dos processos. A decisão pela aposentadoria compulsória foi aprovada por 9 votos a 6 no Pleno do TJ-AL.

Consequências da punição

Com a sanção administrativa, a juíza está proibida de atuar como magistrada, advogar ou prestar concurso público. No entanto, continuará recebendo remuneração proporcional ao tempo de serviço prestado.

Até o momento, o TJ-AL não se manifestou oficialmente sobre a relação direta entre o caso Laginha e a punição aplicada, e a juíza também não se pronunciou publicamente.

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Carla Zambelli: STF já tem maioria para manter condenação por invasão ao sistema do CNJ

Foto: Reprodução O Supremo Tribunal Federal (STF) já formou maioria nesta sexta-feira...

Cavalo morre eletrocutado após fios de alta tensão caírem nas proximidades do Mercado da Produção

Foto: Reprodução Uma ocorrência trágica e impactante aconteceu na manhã desta sexta-feira...

Protesto contra falta d’água interdita Ladeira do Calmon, em Maceió; confira rotas alternativas

Foto: Reprodução Na manhã desta sexta-feira (6), moradores dos bairros Pinheiro e...

Morre Edson Café, ex-integrante do Raça Negra, aos 69 anos

Foto: Reprodução Edson Bernardo de Lima, conhecido artisticamente como Edson Café, ex-integrante...