Por: Agência Senado
Alagoas apresentou um dos maiores aumentos de violência em instituições de ensino do Nordeste nos últimos dez anos. De acordo com um levantamento realizado pela Agência Tatu, com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), vinculado ao DataSUS, os casos registrados no estado saltaram de 17, em 2014, para 108 em 2024 — um aumento de 535%.
Com esse avanço, Alagoas ocupa a terceira posição entre os estados nordestinos com maior crescimento proporcional no período, ficando atrás apenas do Ceará, que lidera com 943%, e do Rio Grande do Norte, com 750%.
Crescimento nacional também preocupa
Em âmbito nacional, o cenário também é alarmante. As notificações de violência em ambientes escolares praticamente quadruplicaram, passando de 3.746 para 14.747 entre 2014 e 2024, o que representa um crescimento de 294%.
Entre os tipos de agressão registrados, a violência física continua sendo a mais recorrente, seguida por ocorrências de violência psicológica e sexual. As estatísticas contemplam casos de violência interpessoal e também aqueles auto infligidos, envolvendo desde creches até instituições de ensino superior, sejam públicas ou privadas.
Nordeste registra maior crescimento proporcional
Apesar de ter registrado a menor taxa de violência por 100 mil habitantes em 2024 (2,78), a região Nordeste teve o maior aumento proporcional no número de casos na última década, destacando-se nacionalmente pelo ritmo acelerado do crescimento.
Medidas de combate e prevenção
Diante da escalada dos casos, a Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (Seduc) tem reforçado ações de prevenção em parceria com a Secretaria de Segurança Pública, Ministério Público Estadual, Polícia Militar e Tribunal de Justiça.
Entre as iniciativas está o Programa Coração de Estudante, implementado no início de 2024, voltado ao cuidado com a saúde emocional dos alunos. Somente em março de 2025, o programa realizou 3.699 atividades, como palestras, rodas de conversa e ações de acolhimento.
A Seduc também informou que está finalizando a aplicação de um protocolo específico para combater a LGBTfobia nas escolas públicas do estado. O documento orienta sobre práticas preventivas e medidas de intervenção para garantir a segurança e a inclusão de todos os estudantes.
Dados acendem alerta nacional
O Ministério da Saúde esclareceu que os dados abrangem diferentes tipos de instituições e ambientes educativos. As informações são coletadas por unidades de saúde públicas e privadas em todo o país, e evidenciam uma tendência crescente que exige respostas urgentes.
Especialistas apontam que o aumento da violência escolar reforça a necessidade de políticas públicas intersetoriais que integrem educação, segurança, assistência social e saúde mental. A meta é proteger estudantes, profissionais da educação e a própria comunidade escolar.
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