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A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) atravessa uma crise financeira agravada pela ausência de repasses regulares de orçamento desde o início de 2024. Na última quinta-feira (29), técnicos da Equatorial Energia Alagoas S/A estiveram no Campus A.C. Simões, em Maceió, para notificar a instituição sobre a possibilidade de suspensão do fornecimento de energia elétrica devido a uma dívida que já ultrapassa os R$ 3,2 milhões. O risco atinge também o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU).
Diante da ameaça, a administração da universidade – por meio da Reitoria, Vice-Reitoria e da Pró-reitoria de Infraestrutura (Proinfra) – encaminhou um ofício à concessionária solicitando a manutenção do serviço, destacando o caráter público da Ufal e a essencialidade das atividades desenvolvidas.
Segundo a Pró-reitoria de Gestão Institucional (Proginst), o atraso nos pagamentos decorre do contingenciamento orçamentário, que reduziu o repasse a apenas 1/18 do valor necessário para cobrir as despesas básicas da instituição. A planilha apresentada pela Proginst mostra que, embora parte da dívida tenha sido paga entre janeiro e março (cerca de R$ 1 milhão), continuam em aberto contas dos meses de fevereiro, março e abril dos campi A.C. Simões, Arapiraca e do Sertão.
A Ufal também solicitou uma reunião com a Equatorial para tentar negociar os débitos e evitar a interrupção dos serviços. No entanto, a situação permanece crítica, e a universidade afirma não ter condições de quitar os valores pendentes sem liberação adicional de recursos por parte do governo federal.
Além da energia elétrica, a crise atinge outras áreas fundamentais, como o pagamento de bolsas estudantis, que continuam suspensas. Segundo a Ufal, a queda no orçamento das universidades federais é resultado de um processo de desmonte do financiamento público, que acumula retração de 58% em termos reais na última década.
De acordo com a nota da instituição, o orçamento atual, de R$ 103,9 milhões, está muito abaixo das necessidades reais da universidade, estimadas em R$ 213,8 milhões com correção inflacionária. Embora o governo federal tenha anunciado uma possível suplementação orçamentária na semana passada, os valores específicos para a Ufal ainda não foram detalhados nem disponibilizados.
Diante desse cenário, a administração central alerta que a continuidade de todas as atividades da universidade está ameaçada. “É fundamental que diretores, coordenadores de curso, professores, técnicos e gestores de programas estejam atentos aos riscos para evitar prejuízos ainda maiores”, destaca a nota oficial.
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