Por: THN1
Luana Rodrigues, filha do ex-promotor de Justiça Carlos Fernando Barbosa de Araújo e uma das vítimas dos abusos cometidos por ele, manifestou sua indignação nesta sexta-feira (30) após a liberação do pai para cumprir pena em prisão domiciliar. A decisão, tomada pela Justiça de Alagoas no último dia 7 de março, permitiu que o ex-promotor, condenado a 76 anos e 5 meses de reclusão por crimes sexuais contra duas filhas e uma enteada, deixasse o regime fechado por falta de vaga no semiaberto.
Em entrevista ao portal TNH1, Luana contou que procurou apoio na Casa da Mulher Alagoana Nise da Silveira — órgão vinculado ao Tribunal de Justiça de Alagoas que presta assistência a mulheres em situação de violência — e declarou estar surpresa e revoltada com a concessão do novo regime ao pai, que, além dos estupros, também foi flagrado com material de pornografia infantil em sua posse. O caso veio à tona em 2006 e causou comoção em todo o estado.
Preocupada com sua segurança, Luana relatou que, mesmo desejando solicitar uma medida protetiva, foi informada de que não seria necessária, já que o cumprimento da pena em casa teoricamente impede o réu de sair.
“Estou profundamente indignada. Vou ser honesta: achei essa decisão lamentável. Ela favoreceu alguém que deveria estar cumprindo uma longa condenação. Ele foi sentenciado a 76 anos e passou apenas 12 na prisão. Falo como vítima, mas também como cidadã — essa decisão não me deixa tranquila, nem consigo ver justiça nisso”, desabafou Luana.
Ela ainda alertou para os riscos que a decisão representa. “Agora ele está em casa, com acesso a meios que podem colocá-lo novamente em contato com conteúdos como os que foram encontrados na promotoria onde ele trabalhava. Eram milhares de arquivos de pornografia e pedofilia. Isso é um risco para todos nós.”
Luana, junto com outras vítimas, pretende recorrer ao Ministério Público em busca de revisão da decisão que consideram prematura e desproporcional diante da gravidade dos crimes.
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