Foto: Reprodução
A comoção tomou conta da cidade de Novo Lino, no interior de Alagoas, na tarde desta terça-feira (15), após a confirmação da morte da bebê Ana Beatriz Silva de Oliveira, de apenas 15 dias. Uma multidão se aglomerou em frente ao posto de saúde da cidade e passou a gritar por justiça no momento em que a mãe da criança, Eduarda da Silva Oliveira, chegou ao local em uma ambulância, após desmaiar durante a ação policial que localizou o corpo da filha.
Segundo informações da Polícia Militar, a ambulância chegou a ser apedrejada por populares revoltados. Apesar do ataque, ninguém ficou ferido, já que o veículo estava vazio no momento da ação. Eduarda foi socorrida por uma equipe do Corpo de Bombeiros e levada para atendimento médico.
O corpo da recém-nascida foi encontrado nos fundos da residência da própria mãe, onde as duas viviam. A informação foi confirmada pelo advogado de Eduarda, José Weliton, e, pouco depois, pela Secretaria de Segurança Pública do Estado de Alagoas.
A Polícia Militar, a Polícia Civil e a Polícia Rodoviária Federal isolaram a área para garantir a segurança dos envolvidos e preservar o local do crime. O secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva, bem como os delegados Igor Diego e João Marcelo, foram mobilizados e são aguardados em Novo Lino para acompanhar pessoalmente os desdobramentos do caso.
Mudanças de versão levantaram suspeitas
As investigações iniciais apontavam para um possível sequestro. Eduarda relatou à polícia, na sexta-feira (11), que teria sido abordada por quatro indivíduos — três homens e uma mulher loira — em um carro preto, nas proximidades de um ponto de ônibus. Ela afirmou que o grupo teria levado sua filha à força.
No entanto, três dias depois, a jovem apresentou uma nova versão dos fatos, contradizendo o primeiro relato. De acordo com os investigadores, ao todo, a mãe forneceu ao menos cinco versões diferentes sobre o desaparecimento da bebê, o que levantou suspeitas e contribuiu para a intensificação das diligências no entorno da residência.
Com a descoberta do corpo, o caso deixou de ser tratado como desaparecimento e passou a ser investigado como crime contra a vida. A Polícia Civil agora trabalha para esclarecer as circunstâncias da morte e a real participação da mãe no ocorrido. A possibilidade de enquadramento por infanticídio, em vez de homicídio qualificado, também está sendo avaliada, a depender da condição psicológica da suspeita no momento do crime.
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